A iniciativa de um professor, a persistência de um aluno aplicado e uma criação inovadora foram responsáveis por um fato inédito no Instituto Federal da Paraíba (IFPB): Leonardo Xavier tornou-se o primeiro deficiente visual a se formar como professor de química na instituição.
Quando perdeu a visão no Ensino Médio, Leonardo Xavier quase desistiu dos estudos. Porém, a motivação e apoio dos familiares foram fundamentais para o ingresso no IFPB. Até o quinto período, por questões de segurança, ele apenas auxiliava e anotava pesos e medidas nas atividades práticas. Foi então que o Professor Sérgio Santos apareceu na vida de Leonardo. Ele criou uma balança mecânica que emite sinais sonoros, auxiliando o deficiente visual na pesagem de substâncias.
“Aqueles que não acreditavam que era possível ensinar química a um deficiente visual se deram conta de que era só querer e buscar alternativas para as limitações técnicas”, relata Sérgio ao Portal Globo.
Agora, um dos professores mais novos formados pela Instituição, Leonardo Xavier, assumiu a responsabilidade de ajudar outros alunos.
“As escolas onde fiz o ensino médio possuíam laboratórios de química, mas eu só ouvia falar. Espero que a partir desse modelo, outros deficientes visuais ou pessoas com baixa visão consigam ter autonomia em algumas atividades realizadas no laboratório”, revela Leonardo.

Professor Sergio Santos (esq.) e Leonardo Xavier (dir.) (Foto Juliana Gouveia/IFPB)